quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O relógio já aponta quase quatro da manhã e o sono aqui ainda insiste em não chegar. Uma dor no peito chega, talvez como prenúncio de que é essa a ultima dor que sinto por você (ou por falta de você quem sabe?) sabe aquele momento em que depois de muitas conversas inacabadas a ficha cai e a gente se toca de que alguma coisa não é e não serve mais pra gente?

A falta de sono me fez pensar nas inúmeras tentativas que fiz de te segurar aqui e de não deixar nossa historia acabar. Admito. Agora no escuro do quarto vejo que insisti demais. Ignorei todas as suas idas, implorei atenção e quem acredita? Mendiguei carinho, coisa que outrora disse nunca fazer. Um carinho que precisa ser cobrado tem algo errado, não tem?

Admito que ao deixar você ir, permito que parte de mim se vá. É que a gente acaba sempre fazendo planos sabe? Eles se tornam tão nossos, que quando percebemos que não dá pra ser fazem uma tremenda falta. Talvez essa seja a parte, mais difícil do adeus, porque o que se vai é o que ainda nem chegou, mas é como se já fosse nosso. 

Desistir de você é desistir um pouco de mim e do que eu queria. Eu quis tanto você, mas tanto e de uma forma tão bonita, que não consigo nem explicar. Mas não deu certo, nem no começo e uma hora a gente enxerga até o que não quer, até o que não aceita. 

A gente tem prazo de validade pra sentir dor? Pra sentir falta?  talvez não: acho que consigo sentir falta do seu abraço pra sempre. Mas é que não faz mais sentido ficar pensando no que era pra ser, mas não foi e de alguma forma sinto latejando aqui dentro do peito que não dá. É, não dá mais pra insistir.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Aqui como quem não quer nada, olhando da janela, escrevo o que me sobra. Respiro o silencio que agora ecoa na cidade e que faz contraste com tudo que grita em mim. Tem sido dias difíceis. Solto um suspiro na tentativa de trazer pra fora do esconderijo toda essa bagunça, pra ver se no meio dela eu acho mais de mim- do que de você. Quem sabe assim eu acerte os fatos e, no fim da noite, ou hora dessas, eu encontre algo que defina essas coisas que insistem me fazer gastar dos verbos pra falar do que ainda silencia.

domingo, 29 de setembro de 2013

Dizem que o compasso das horas é imparcial, mas quando eu quero o tempo do mundo, ele parece cronometrado e corrido. A única verdade é que o correr dos ponteiros do relógio, cimenta um tanto de coisas infindáveis em nós: o eco de uma voz, a lembrança daquele ultimo sorriso, que durou cinco minutos perenes, a vontade de viver pra sempre com suas mãos perto das minhas... e é por todas essas nostalgias, que fazem graça em meus lábios, quando insisto em te projetar por dentro, que eu escolhi te deixar ficar.


sábado, 29 de junho de 2013

Música linda e feita por um llindoooo!!! *-*



Entre o que ela é e o que ela mostra ser
há um abismo
Entre o que ela quer e o que busca entender
mexe comigo comigo
Entre o que ela faz e o que ela traz, meu bem
tão escondido
Entre os sinais e dicas e o que ela explica, eu
fico perdido
De olhar, já não posso admitir
eu vou largar o que é terreno e seguir
Aquele olhar, me revela os caminhos
É só deixar, que a força dos espinhos não estrague a flor...
Carta de amor não convém
Ao passo que o meu bem
Maravilhou nosso lugar
Ilhas, vale ou sertão?!
Lá vai o meu coração
Aventurar o seu querer... ♬♪

Isaac
25/06/2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Se você não me quiser.


Se você não me quiser, reserva o tempo e as precauções pra outra pessoa. Me deixa meio quieto no meu canto e para de puxar muito assunto assim, como se você se importasse mais do que o normal, como se você tivesse que me ver bem de qualquer forma por conta de algum interesse romântico que te deixasse extremamente triste e vulnerável se eu também estivesse. Deixa que eu me refaço sozinho sem riscos de má interpretação. Deixa que eu prefiro ficar num canto ouvindo toda a discografia do Death Cab for Cutie, pensando nas formas de me trancar no quarto por dias sem ninguém encher o saco e tudo mais. Deixa que eu vivo nessa minha de ser sozinho e vou indo que é bem melhor do que achar que eu tenho a sua companhia.
Se você não me quiser, esquece que a nossa discografia combina tanto e não deixa isso transparecer a toda hora. Não sorri demais e nem fala de mim pras suas amigas. Não diz que eu sou bonito e que tem tanta gente lá fora me perdendo por entre os dedos porque não consegue me ver do jeito que você vê – e você acaba sendo só mais uma que tá lá fora me perdendo também por entre os dedos, mas você me vê e isso deve ser pior ainda pra mim. Friendzone de romance que podia dar certo machuca mais.
Se você não me quiser, é melhor parar de mexer comigo. De dizer que se lembrou de mim quando nem eu mesmo me lembraria. De brincar de ciranda comigo e com meus olhos. De dizer que tá aqui pra sempre e deitar no meu colo sem tirar as mãos da minha coxa. É melhor deixar bem claro que a gente tá procurando no outro alguém diferente – ou até tá procurando a mesma pessoa, mas pra fins diferentes. E o fim é sempre aquela bosta confusa que constrange quando fica claro.
Se você não me quiser, para de dizer que eu sou especial. Minha mãe me diz que eu sou bonito, meu pai me chama de responsável, os amigos me acham legal, mas especial eu só sou pra você mesmo. E isso acaba fazendo com que eu me sinta especial sempre que você me dá as mãos e diz: vamos lá, você pode. Eu posso? Então me diz que eu posso e que você quer. Diz que eu posso mesmo, desse jeito, agora.
Se você não me quiser, ah, diz que não quer. Diz que os beijos roubados foram bobeira e que a sua agenda só tinha lugar pra mim porque você tava carente e precisava me ver por isso. Diz que os meus amigos são uns paspalhos e que gostaram à toa de você. Diz que eu não tenho motivo pra ficar preocupado porque alguém vai te deixar em casa e dormir agarrado com você de uma forma melhor do que a que eu faço. Se você não me quiser, não me quebra inteiro, não me deixa de quatro, não permite que eu me entregue por completo. Porque  eu não sei descer ladeira com o freio engatado. E daí, um dia, você vai embora e eu vou me perguntar, sem que eu entenda nada, já que você parecia tanto me querer…

Daniel Bovolento

domingo, 5 de maio de 2013



Eu segui em frente. E o que mais eu poderia fazer? Quebrar a casa, desarrumar o quarto, jogar tudo o que me lembrava de você fora? E de que isso ia adiantar? Isso é coisa de gente que não tem mais o que fazer, minha mãe diria. No outro dia, eu acordaria e você continuaria aqui. Eu poderia ter ficado agarrada a minha cama, poderia ter parado de comer, poderia até mesmo ter deixado de sair com meus amigos. Você sabe, essas coisas que a gente faz quando sai dizendo por aí que está deprimido. Mas minha depressão nem tentou ser mais forte que você. No fundo, eu sabia, não importava o que eu fizesse, você não largaria o posto, não abandonaria totalmente meu coração. Por algum motivo doentio, eu sei que você estará gravado em mim de um jeito meio que permanente. Eu sei que vou esbarrar com você depois de anos e sentir uma pontada na boca do estômago. Conheço bem o diagnóstico. Chama-se: falta do que não foi. 

Não, eu não sinto saudade do nosso passado. Tenho carinho, talvez, mas me lembro bem dos motivos que nos fizeram terminar. Ainda me lembro dos nossos gritos, ainda guardo os motivos das nossas brigas e amargo o gosto das minhas lágrimas. Sei bem que acabamos porque tínhamos que acabar. Mas e tudo aquilo que a gente jurou que ia ser? A gente jurou que ia ser feliz. Que acho que foi nossa promessa mais irresponsável. Como é que se promete algo assim para o outro? “Eu vou te fazer feliz?”. A gente jurou que ia arrumar as coisas, viajar o mundo, conhecer lugares. Juramos que seríamos um casal de sucesso. Olha isso: a gente jurou até que ia se amar para sempre. Talvez seja isso o que dói: cadê o amor que a gente jurou que ia ter? 

Sinto falta das coisas que poderíamos ter sido. E acho que você não sai de mim exatamente por esse nosso futuro prometido que não me abandona. Eu sei, eu sei, eu poderia ter chorado muito. Você vive dizendo que eu não sofri tanto, que superei rápido, que logo estava com outro. O que você queria que eu fizesse? Morresse, me descabelasse, chorasse até não aguentar? É, eu poderia ter feito isso, mas ia fazer passar? Já disseram por aí e eu repito: a vida não para, eu continuei tendo que ir para a faculdade, continuei tendo que trabalhar, pagar as contas, sorrir e ser simpática com as pessoas. Você era importante, mas novidade: há vida além de nós dois. 

Não, não vou dizer que te esqueci. Não vou mentir que passou. Pra que tudo isso? Pra que fingir que você não foi nada, que amar você não foi quase tudo e que te perder não me doeu? Só eu sei o buraco que nossa história deixou em mim. Só eu sei como tive que respirar fundo, engolir em seco e seguir a vida. Seguir-a-vida. Não é pecado, eu juro. Foi só o que me restou fazer. Mas esquecer você de vez? Em outra vida, quem sabe.
Pra seguir em frente - Karine Rosa


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Quando as palavras não bastam. Porque por dentro queima algo que não se pode, não se consegue dizer. Quando quem está na sua frente, em vez de lhe dar a resposta que você gostaria, diz outra coisa. Fala demais. Esse demais que é nada, que não serve para nada e que machuca dobrado. O único desejo é devolver essa dor, machucar, esperando, assim, sentir-se um pouco melhor. 
 
*Frederico Moccia* *